segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Serenidade é tudo quando o assunto é choro

Vocês vão cansar de ouvir frases motivacionais do tipo "os bebês choram para se comunicar" ou "não há outra maneira deles expressarem o desconforto". Realmente, não há. Aprendi, ao longo desses dois meses e meio, que o melhor é tentar relaxar e respirar durante as crises de choro, mesmo que a sua vontade seja sair correndo. Serenidade é tudo nesses momentos:

-Ju, ele não para de chorar.
-É assim, Paulo...
-Ju, ele tá ficando roxinho já! Meu deus, ele engasgou com o choro!
-Vou contar 3 segundos, se ele não voltar a respirar, vou ligar pro 193.

Ele sempre voltou depois de uma leve apneia. Aliás, o choro pós engasgo é três vezes mais alto. Aos poucos, fui tentando me acostumar com a choradeira diária que, para muitos pais, faz parte do que é ter um filho recém nascido em casa.

No início (cheguei a relatar por aqui), optei pelo protetor auricular para tentar diminuir os decibéis que, somado ao estresse, chegava a me deixar com sudorese. Pensei em deixar um bombom com um bilhete de desculpas na casa de cada vizinho, antes que os mesmos pensassem em chamar o conselho tutelar.

Tentei de tudo para acalmá-lo durante os choros ensurdecedores: quiquei na bola de ar, andei quilômetros pela casa, tirei a roupa dele, coloquei mais roupa nele, troquei a fralda, dei mamadeira, dei funchicórea, antigases, etc. Cheguei a anotar num papel os tipos de choro e o que (segundo estudiosos) eles queriam dizer. Veja o vídeo abaixo:


Algumas vezes, deu certo. Muitas vezes, não. A chupeta foi uma grande aliada para que ele tentasse se acalmar sozinho (já sugeri aqui). Os cursos que fizemos e o livro "A encantadora de bebês" também nos ajudou com técnicas quase infalíveis para que o Antônio Bento pegasse no sono sem grandes escândalos. 

Ps. Escrita por uma americana (nada latinizada), o livro também nos ajuda a deixar nosso filhos chorarem um pouco sozinhos. A já considerada Bíblia dos Pais dá dicas excelentes para não "condicionarmos" nossos filhos com truques que poderão virar pesadelos no futuro, como por exemplo crianças que só dormem comendo ou sendo balançadas.

Embrulhar o bebê e chiar no ouvido, funciona. Vejam este vídeo também.



Ultimamente, venho percebendo os motivos dos choros e tentando resolver antes que ele perca totalmente o controle. Quando ele está enjoado, num dia não muito bom, tento respeitar e o deixo chorando um pouco, porque sinto que ele precisa desabafar mesmo.

Especialistas que lemos não aconselham que os pais deixem o bebê chorando por muito tempo sozinho. Muita gente fala "isso é manha, deixa chorar" ou "quanto mais chorar, mais vai dormir", mas o fato é que bebês pequenos não sabem usar o choro como arma de manipulação dos pais, eles de fato estão comunicando que algo não está bem e deixá-los chorando sozinhos causa neles um sentimento de abandono. 

Hoje, boa parte do chororô é na hora de dormir e quando o rapazinho está com fome. Felizmente, a medida em que os bebês crescem, eles adotam outra formas de se expressarem, economizando lágrimas. Fico atento aos gritinhos, o "abu gugu", ou até mesmo um bico. Torço para que as sessões de choro inexplicáveis realmente acabem aos 3 meses, como muita gente experiente já profetizou.
 
Paciência é palavra-chave.

Não há nada na jornada de ser pai que o tempo não cure. Faça disso um mantra, um adesivo, se vire, mas não esqueça.

Um comentário:

  1. Preciosas dicas. Acompanho o blog mas nunca havia comentado. Estou grávida de 14 semanas e sempre dou uma passadinha aqui pra conferir as postagens. Adorei viu.

    ResponderExcluir