quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Um ano - Parte 3 - O barato saiu caro...

Responsável pais que somos, Juliana e eu saímos com antecedência pelo bairro em busca de uma creche que atendesse às nossas expectativas. Foram muitas visitas. Algumas creches foram descartadas já na portaria, outras eram caras demais com uma fila de espera gigante.




Aqui no Rio de Janeiro, as creches são tão disputadas, que é comum pais reservarem vagas (com pagamento adiantado) antes mesmo do bebê nascer. Uma licença maternidade dura em média de 4 a 7 meses (incluindo férias), as creches mais disputadas tem lista de espera de um ano! Portanto, se você está pensando em colocar seu filho numa creche, é melhor correr!

-Ju, vamos sair daqui. Tá me fazendo mal.
-Mas, Paulo... Creche é assim meu amor. Cheia de criança, cheia de monitoras, cheia de gritos, de choros...
-Isso aqui mais parece um presídio infantil, Juliana!
-Menos, Paulo. Ele vai ficar bem.

Uma dica importante é em relação à segurança da creche. O acesso não pode ser fácil. Fiquem atentos também à limpeza da cozinha, do banheiro, das salas e dos objetos e brinquedos em geral. Vale uma consulta a amigos e ao google.

Em todas as creches que vimos, tive uma sensação ruim, não vou negar. Pensei no meu filho confinado, num ambiente tumultuado com tantos gritos, choros e pessoas. Foi difícil administrar.

Passamos por situações desconfortáveis. Ver aquelas crianças tão pequenas sob os cuidados de "estranhos", chorando durante o almoço, implorando por atenção, não foi fácil. Por vários momentos eu quase desisti da ideia da creche, mas pensei no nosso bolso (temos auxílio educação da empresa) e na minha sogra, que até agora ajudou a cuidar do Antônio Bento e já estava cansada.

-Ok, Paulo. Sabe quanto custa uma babá? O olho da cara aqui no Rio! Sem contar que deixaremos nosso filho sob os cuidados de uma pessoa que não conhecemos... Reflita.
-Ok, vamos visitar mais creches. Deve ter uma BBB - boa, bonita e barata.

Ouvimos muitas pessoas dizerem que seus filhos "evoluiram" muito na creche. Eu sempre pensava que na creche, meu filho estaria protegido porque as cuidadoras estariam sendo supervisionadas por coordenadoras e pelas próprias colegas. A contratação de uma babá foi descartada pelo preço e também porque não conhecíamos nenhuma profissioal de confiança.

Após muitas pesquisas, matriculamos o Antônio Bento numa creche "x". Barata, limpa e segura. A adaptação dele não foi fácil. Ele chorava para entrar e chorava para sair. Tenho para mim que ele não chorava para sair porque gostava da creche, mas sim porque não sabia para onde estava indo no colo da cuidadora. Tenho certeza.



Muitos equívocos foram cometidos pela instituição. Os pais não podiam participar da adaptação dentro da sala ou no campo de visão dos filhos. As salinhas ficavam no segundo andar da creche. Os pais não estavam autorizados a subir. Cada dia uma monitora vinha buscar o Antônio Bento, que morria de medo e chorava desperadamente.

Exigimos que fosse do nosso jeito. Nem todas as solicitações foram atendidas. Quando eu pedia para vê-lo pela janela da sala, sempre me pediam um "minutinho" antes de autorizarem minha entrada no segundo andar. Estranho? Sim. Fiquei desconfiado.

Antes de matricular seu filho numa creche, tente entender como funcionará a adaptação e veja a proposta pedagógica da instituição. Esse primeiro contato com a escola deve ser o mais tranquilo possível. 

O Antônio nasceu carinhoso. Ele é extremamente apegado aos seres humanos. Sempre quer um colo, um carinho e atenção exclusiva. Estava claro que fazíamos muito mal a ele deixando-o naquele lugar, mas não tínhamos muita opção.

Na primeira semana:

-Ju, o peguei o Antônio Bento na creche e ele está meio triste.
-Triste?
-É. Meio que deprimido.
-Ai meu deus.
-Deve passar, né?
-Deve.



Mas não passou. O que passou para ele foi uma bactéria louca, que em algumas horas tomou conta de toda a sua garganta. Era a primeira amidalite do Antônio. Febre de 40 graus, dores, falta de apetite. Foi um pesadelo.

-Dra, o que ele tem?
-Ele tá com uma amidalite.
-Nossa!
-Ele tá na creche, Paulo?
-Sim.
-Coitado...
-Por quê?
-Porque ele é muito apegado a vocês. Ficar sob os cuidados de um desconhecido para ele é muito ruim. Talvez mais do que para as outras crianças.
-Sério?
-Sim. A imunidade dele baixou por causa da saudade. Ele está mais vulnerável. Isso pode acontecer.
Mesmo ouvindo isso da pediatra, insistimos na creche porque não tínhamos outra opção. Precisávamos ser fortes, até que:

-Alguém atende meu filho aqui, por favor! Ele vomitou faz uns 25 minutos na recepção. Ninguém tá vendo?
-Senhor, já chamamos a limpeza.
-Se o atendimento pelo médico for tão rápido quanto à limpeza você me avisa para procurarmos outra emergência, ok?

Detesto emergência pediátrica. Sempre aquelas recepcionistas mal humoradas, brinquedos infectados por crianças doentes e pais desesperados. Durante todo o período que o Antônio ficou na creche, vivíamos nos hospitais. Ele ficava mais em observação em casa do que indo para a creche.

-Ju, por que você tá em pé? -Tem uma cadeira ali.
-Paulo, fica quieto! Ali sentou uma menina mais pintada que uma joaninha. O Antônio Bento já teve contaminação suficiente nesses dois meses, você não acha?

No total foram 5. Todas com febre alta, vômitos, falta de sono e apetite. Após uma conversa com a minha sogra, que durante todo este tempo esteve com ele em casa, cuidando das infecções enquanto nós trabalhávamos, decidimos desistir da creche. Finalmente aquele pesadelo tava acabando e Antônio voltou para os cuidados da vovó.

Após algumas pesquisas na internet e com a própria pediatra do Antônio, descobrimos que as creches que recebem crianças doentes - a famosa frase "pode trazê-lo doentinho e deixar que a gente medica ele, é só passar os horários e os medicamentos" - na verdade é um perigo para a saúde pública.

Hoje, é o seu filho que está doente. Amanhã é o amiguinho, que frequentará a creche, contaminando outras crianças. Somos tão egoístas, que quando ouvi a coordenadora dizendo que administrava medicamentos, inclusive para febres (caso solicitado pelos pais) eu achei fantástico. "Ledo engano, Leda Nagle".

No próximo post - nossa primeira viagem juntos e mais sobre o comportamento do Antônio Bento!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Um ano - Parte 2

Quem é pai sabe que o primeiro corte de cabelo do filho acaba sendo um dia especial. Um verdadeiro evento. Num sábado ensolarado, fomos ao badalado salão especializado em cortes de cabelo de bebês e crianças. Todo enfeitado, adaptado, com cadeiras animadas e brinquedos, o salão mais parecia um parque de diversões. O corte? Uma bagatela de R$ 50! Com um filho da minha mulher não podia ser diferente.

Assim como nos salões comuns, o "tapa no visual" precisa ser agendado.

Atrasados, já chegamos colocando o Antônio Bento direto na cadeira que imitava um carro de época - com volante e tudo.



Como dois bobões, Juliana e eu  nos entreolhávamos. Depois de uma tesourada e outra, íamos ficando cada vez mais ansiosos com o resultado no novo estilo do nosso filho.

Como um corajoso rapaz de um ano, ele deixou que a profissional cortasse seu cabelo sem reclamar. Posso até afirmar que durante o corte ele deu uma olhada no espelho, fazendo uma cara de quem estava gostando do resultado. Juro.

 Ao final, ganhamos um envelope com um pedaço do cabelo, o dia e o nome da cabeleireira que fez o corte. Só eu achei isso genial?

Visual novo, vida nova. É chegado o dia de entrar na creche! Após escolhermos a mais em conta escolinha do bairro, foi dada a largada para uma experiência cheia de grandes emoções. Mas isso eu conto no próximo post especial.

domingo, 28 de outubro de 2012

Palavra do Especialista: Natação para Bebês

Quem aqui nunca ficou surpreso ao ver a imagem de um bebê submerso, nadando embaixo d´água? Sempre me perguntei como eles conseguiam fazer aquilo sem engolir água... Quando o Antônio Bento completou cinco meses, ele foi matriculado na natação, um ótimo exercício para o desenvolvimento dos bebês.

Este é o tema do "Palavra do Especialista", desta vez, com a tia Gabriela, professora de natação do Antônio Bento, que aceitou participar do PAIciência e falou um pouco sobre os benefícios a natação para bebês:

1) Quais são os benefícios da natação para os bebês? Existe um nome para esta prática? Como por ex. "vivências aquáticas"?

Uma prática bem orientada auxilia no desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo da criança. Temos hoje, diversos estudos que comprovam tais benefícios para o bebê com a prática da natação.
Como por exemplo:

- Função neuromotora mais desenvolvida, conseqüência de um maior número de conexões dos neurônios (sinapses);
- Fortalecimento da musculatura pulmonar e maior expansibilidade torácica evitando alguns problemas respiratórios e minimizando os sintomas de asma e bronquite;
- Aumento da resistência cárdio-respiratória;
- Melhora do sono;
- Estimulação do apetite;
- Fortalecimento do tônus muscular;
- Aprimoramento da coordenação motora, equilíbrio, orientação espaço-temporal, lateralidade, consciência corporal, etc.
- Ampliação das percepções sensoriais;
- Desenvolvimento da confiança e autonomia no meio líquido;
- Favorecimento dos laços afetivos entre pais e bebês;

O nome “natação” parece soar como uma prática mais tecnicista, já o mesmo não acontece com “vivências”, no entanto, a nomenclatura varia de acordo com a instituição, não devendo ter grande importância, já que, a relevância se dá, de fato, em como o profissional conduz a aula e se o ambiente atende as necessidades do bebê.

2) A partir de qual idade é indicada a natação para os bebês?

A literatura vem mostrando que cada vez mais cedo pode-se iniciar a criança na natação, desde que o ambiente seja adequado e que as vacinas estejam em dia. Aos 3 meses o bebê já está ambientalizado com o meio externo, a cervical está fortalecida e haverá uma facilitação dos movimentos, sendo um ótimo momento para a prática.

3) Quais são os exercícios praticados durante a aula?

A atividade aquática dos bebês é geralmente mais simples quanto menores são, pois são aproveitados os reflexos inatos que facilitam o processo. Os exercícios realizados devem proporcionar estímulos compatíveis à idade da criança. Desta forma, realizamos balanceios, deslizes, mergulhos, deslocamentos, passagens pelos materiais de diferentes formas...enfim, diversas maneiras de explorar o ambiente e o seu próprio corpo em contato com o meio.

4) É necessário que os pais ou responsáveis acompanhem e participem da aula?

Nas crianças, o medo da água é aprendido através do contato com o mundo de seus adultos (SANZ, M., 2011).
Assim, é fundamental que o bebê sinta-se seguro em um meio no qual ele não está ainda ambientalizado, por isso a importância de estar acompanhado, de preferência, por seus pais, pois a natação fortalece o vínculo afetivo. No entanto, caso não seja possível, o acompanhante deve ser alguém que não tenha medo d’água e que passe a segurança que o bebê precisa.
Acredita-se que a natação para bebês seja uma fonte de estímulo afetivo muito rica que pode fortalecer os elos de segurança futura (FIGUEIREDO, 2011).

5) Quando um bebê pode mergulhar de fato? E por que isso é importante?

O mergulho deve ser inserido gradativamente, podendo começar em casa, na hora do banho, com respingos no rosto, utilização do chuveirinho na cabeça...
Quando o bebê apresentar descontração facial ao ter sua cabeça molhada ele estará pronto para seu primeiro mergulho, que deve ser tranqüilo e festejado sempre. É importante não passar a mão no rosto do bebê após o mergulho, deixando a água escorrer, para que ele entenda que aquilo faz parte do processo e sinta-se assegurado.
A importância do mergulho é compreendida pela necessidade de aumentar a capacidade de apnéia do bebê, o que lhe dará condições futuras de sobrevivência, e, também, aumentar sua capacidade pulmonar. O objetivo principal da aula não deve ser o mergulho, por isso não é preciso realizar muitas repetições do mesmo.

6) Quanto tempo dura a aula?

O recomendado para bebês é uma aula com duração de 30 minutos, pois, além de seu sistema termo-regulador ainda não se encontrar tão bem desenvolvido, o tempo de sua capacidade de atenção ainda é reduzido, e desta forma a atividade também não irá atrapalhar sua rotina de sono e alimentação.

7) Quais são os principais mitos relacionados à natação para os bebês?

1- Mito: natação causa otite.
Verdade: crianças que não nadam também têm otites. Normalmente a otite se dá logo após a criança ter resfriados, rinites, mamar totalmente deitada, quando está nascendo os dentinhos, devido a baixa da imunidade ou quando vai à piscinas e mares contaminados. É preciso observar: se a criança apresentar um quadro de + de 4 otites ou sinusites por ano, não é recomendado a natação. De 0 a 2 anos os bebês pouco apresentam otite.
A melhor maneira de cuidar o ouvido é manter a cera e não manipular o canal com cotonetes, mantendo-o seco com uma toalha. Não se deve pingar nada, pois a pele interna do canal auditivo pode ser danificada por produtos químicos. Não tem problema molhar o ouvido porque a água sai.

2- Mito: o bebê só deve iniciar na natação a partir de 1 ano de idade.
Verdade: embora ouvimos essa afirmação sendo feita por gerações mais velhas, e, até por alguns pediatras, sabemos que, salvo problemas de saúde, não há
impedimentos para que o bebê inicie na atividade aquática antes. Desde que seja levado em consideração as condições adequadas para a prática.

8) Quais os cuidados que os pais devem ter ao matricularem seus bebês em aulas de natação?

É importante saber se o profissional que irá ministrar as aulas está, realmente, capacitado à fazê-lo, se a piscina recebe um tratamento adequado para seu uso e se existe uma estrutura adequada para proporcionar conforto e bem-estar aos bebês.

9) Quantas vezes por semana essa prática é indicada?

A particularidade da freqüência nas aulas se dá pela disponibilidade dos pais. É importante que somente se inicie na atividade quando se tem a segurança de poder garantir à criança uma frequência regular nas aulas (recomendo no mínimo uma sessão semanal, sendo o ideal 2 ou 3 sessões). Isto tem uma razão principalmente emocional: quanto menor o bebê, menor é sua capacidade de processar e assim recordar situações. As interrupções prolongadas fazem com que ele tenha que atravessar novamente as mesmas adaptações.

10) O que comer antes e depois da natação?

O mais indicado antes da aula é a ingestão de carboidratos (frutas, biscoitos, sucos, pães...), nada de proteínas (danoninho, leite, etc), pois são mais difíceis de serem digeridas. As proteínas devem ficar para depois da aula.

No caso de bebês que só mamam:
Bebê – 0-6 meses (leite materno até 30-40 minutos antes da aula)
 
Conheça Gabriela Batista de Sousa
 
Graduada no curso de Licenciatura Plena em Educação Física e Desporto
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ
Pós-graduanda em Psicomotricidade (educação e clínica)
Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação – IBMR
Formação em Prática Psicomotora Aucouturier (em andamento)
Espaço Néctar
Iniciei meu trabalho aquático em 2005 na própria universidade e desde então venho me especializando e associando a natação à psicomotricidade dentro das aulas, como uma forma de dar à criança uma vivência na água mais rica e contribuir para seu desenvolvimento.



 
Tia Gabi estimulando os bebês com o regador


Tia Gabi em ação na natação
 

 
 

Além de todos os benefícios citados nesta entrevista pela professora Gabriela de Sousa, a prática da natação me aproximou muito do meu filho e, desde muito cedo, o Antônio Bento aprendeu a não ter medo de água. Aconselho a todos os pais a praticarem natação com seus filhos - muitas aulas acontecem nos finais de semana.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Um ano - Parte 1

Falar deste ano que passou embarga a voz e dá um nó na garganta. É complicado não transformar numa declaração de amor qualquer texto sobre o meu filho. Ao longo destes 365 dias, descobri uma nova forma de amar e exercitei minha generosidade.  Não foi só o Antônio Bento que cresceu. Eu cresci junto com ele. Venci medos que nunca tive, fiquei mais forte, encarei dificuldades também inéditas... A conclusão é que hoje valorizo muito mais as coisas simples da vida, deixando de lado muitas besteiras que acreditava ser de grande importância.

Longe de mim achar que somente sendo pai podemos atingir certo grau de maturidade. No meu caso, esta experiência me fez um novo homem ou talvez tenha acelerado um processo natural de amadurecimento. Hoje, sou mais compreensivo, mais questionador, protetor, responsável e por aí vai.
Descobri que a saúde do meu filho é a garantia da minha tranquilidade. Que a alegria dele está atrelada a minha. Angustiante? Muito. Porém, inevitável. Mas isso é assunto para um próximo post.

Perceber todos os dias que metade minha e metade da Juliana resultou no Antônio Bento é sensacional. Até hoje não me acostumo com esse milagre da vida. Sentir sua vivacidade, saber que ali mora uma vida que ajudei a criar, uma alma particular, uma identidade única, é muito fascinante.

Mentiria se disesse que este ano passou rápido. Foi bem lento, cheio de novidades boas e ruins. Uma coleção de fraldas trocadas, dinheiro gasto feito água e noites mal dormidas (MUITAS NOITES). Se me arrependo? Não, claro que não. Se eu tenho saudade da minha vida antiga? Sim, claro que tenho. Sempre fui feliz. Mas hoje estou mais pleno. Amo amar o meu filho.

Neste ano, dei mais valor ao meu relacionamento. Aprendi mais sobre a importância da minha família, que tenho orgulho de fazer parte e ter criado. Exercitei a minha individualidade e a do meu relacionamento. Não foi fácil, mas fizemos o nosso melhor e tem dado certo.

Durante o décimo primeiro mês, preparamos a festinha de um ano e os preparativos para a entrada na creche. Resolvemos fazer uma festinha no play do nosso prédio, algo para poucos e bons amigos. Foi um verdadeiro sucesso. Teve direito a tudo: cachorro quente, bola, muitos presentes, doces, bolo e discurso do pai emocionado, que foi apelidado por uma amiga de "momento Os Normais"... Gastamos horas e horas no centro do Rio comprando a decoração que fizemos questão de assinar.

Animado, o Antônio Bento aproveitou muito a sua festinha. Valeu cada centavo investido. Recebemos com carinho muitos amigos do Rio, de outros estados e até países! O Antônio Bento ganhou tantos presentes que tivemos que esconder vários deles para ele ir ganhando pouco a pouco. Ao final, ele estava igual a um pintinho no lixo. Durante horas ele foi o centro das atenções, o que certamente encheu seu "coração leonino" de emoção.

Segue o álbum comentado da festinha!



Cupcakes e docinhos personalizados


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 Mesa principal - tudo comprado e adaptado. As flores de plástico e as borboletas que brilham foram compradas em casa de importados, a toalha foi criada com tecidos comprados em lojas especializadas, os ursos de pelúcia em lojas de brinquedos e a árvore do lado direito nada mais é do que o abajour da nossa sala com um acabamento de papel.


Caixa de madeira personalizada com pão de mel


Bolo com brigadeiros personalizados em forma de bisnaga


Espaço bebê alugado




Monitoras fazendo atividades com as crianças
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 Hora do parabéns - o tema era leão (signo do AB) e floresta - sim, todos nós estávamos com chapéu de leão.





Continua (início da creche, primeiro corte de cabelo e outras novidades!)

domingo, 12 de agosto de 2012

11 meses #tenso

- Alô, Paulo?
- Oi, tô ouvindo... e tentando me recuperar, claro.
-São só dez dias. Ok, é muito, eu sei... Mas vai dar tudo certo.
-Como você está se sentindo, Ju?
-Tô focando no trabalho, Paulo. Não quero sofrer por antecipação. Estarei do outro lado do mundo, sabe... Sem meu filho, sem você, com uma grande diferença de fuso horário, num país com uma cultura totalmente diferente da nossa, trabalhando em carga máxima, correndo o risco do meu filho não lembrar mais de mi...
-Ju!
-Oi!
-Você já tá sofrendo.

Durante o décimo primeiro mês, tínhamos um grande desafio pela frente: a primeira viagem internacional da Juliana após o nascimento do Antônio Bento.
A trabalho, ela precisou ir à Turquia. Consequentemente, acumulei os afazeres domésticos, bem como todos os cuidados com o Antônio Bento. Nosso filho estava exclusivamente sob os meus cuidados e responsabilidade. Claro que ia dar tudo cert...

-Bronquiolite, Paulo.
-Oi, Drª?
-Um inflamação viral nos brônquios. Geralmente acontece no inverno, em crianças até os três anos.
-No caso do Antônio Bento, durante as viagens da mamãe...
-Desculpe?
-Nada não, Drª... É grave?
-Tudo em bebês deve ser acompanhado de perto, papai. Vamos começar com esta medicação aqui.

Lá estava eu, tendo que administrar meu trabalho, nossa casa, a bronquiolite e os remédios. Minha sogra (sempre presente) me deu muito apoio.

Mais carente, provavelmente devido à ausência da mãe e à inflamação, o Antônio Bento ficou excessivamente manhoso. Tive que lidar com diversas crises de choro. Põe diversas nisso... Ele tossia muito e, na maioria das vezes, até vomitar (botando para fora a medicação, a água, a comida...). Não foi NA-DA fácil.

-Leda (minha sogra)?
-Oi, Paulo. Tudo bem?
-Não. O Antônio está com 39 de febre. Teria como você dormir aqui? Tô exausto e sua ajuda seria muito bem vinda. Já tentei dar o antitérmico duas vezes e ele vomitou as duas.
-Claro, estou indo.
Eu pressentia que esta ajuda seria essencial. Durante à noite, precisei novamente ir à emergência pediátrica. O Antônio Bento entrou no antibiótico e nebulizações com Berotec para combater à bronquiolite. Rapidamente viramos um zumbi.

De hora em hora, era preciso medir a temperatura, oferecer muito líquido e comida (vai que ele aceita...). Nebulização de 6 e 6 horas, antibiótico de 12 em 12.  Tudo devidamente anotado na geladeira e programado para despertar no celular. Foram dias difíceis.

-Paulo?
-Oi, como está a Turquia?
-Tudo bem, muito trabalho. E ele?
-Melhorando. Que bom que você volta amanhã!
-Então... Não volto. Precisarei ficar mais dois dias.
(Silêncio).

Foram loooongos dois dias. Depois que a Juliana voltou, tudo voltou ao normal (ironia da vida). Nem sinal da bronquiolite. O Antônio Bento reconheceu a mamãe, sem indícios daquelas terríveis histórias de que o filho esquece da mãe...

Mais maduro, visto que estava para completar um ano, Antônio Bento aprendeu a bater palminhas, conversar mais (na língua dele) e definitivamente, mamar sozinho, segurando sua própria mamadeira.

Foi durante o décimo primeiro mês que decidimos que seria melhor colocá-lo na creche. Visitamos algumas delas aqui no nosso bairro. Muitas com funcionárias despreparadas, lotação máxima (quase um presídio infantil de segurança máxima), bagunçadas e até sujas... Complicado.

O treinamento para andar ganhou força. Se apoiando em tudo, o Antônio Bento não teve medo e percorreu a casa toda. Inúmeras vezes, diga-se de passagem. Sempre é uma festa quando o assunto é ir ao parquinho! Seu brinquedo favorito é um balanço.

O mês de julho foi atípico no Rio de Janeiro. Fomos à praia durante os finais de semana para matar o calor. Tive a honra de participar do programa "Encontro com Fátima Bernardes" para falar de um assunto que vem ganhando destaque no Brasil: "Homens que cuidam de bebês".

Aprendi mais uma vez que com a saúde não se brinca e que a minha felicidade está diretamente atrelada à saúde do nosso filho e a presença da minha mulher em nossas vidas. Sou mais feliz com ela e com ele cheio de vigor e saúde.

Que venha o décimo segundo mês!


Brincando de família turca

Durante o décimo primeiro mês, a cadeirinha que antes era de costas para o motorista, passa a ser de frente.

Bagunça na praia!

Encontro com Fátima Bernardes

Aqui vai o link do programa - apenas para assinantes do Globo.com
Se alguém achar no youtube - mandem o link!

Danoninho!

Felicidade na praia

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Décimo mês: vida social intensa

Lendo o título você pensou em nights, baladas, cineminhas e bares? Pois é, isso não nos pertence mais. Pelo menos não com a frequência de antes. Triste? Talvez. Se eu me arrependo? Às vezes desejo lá no fundo da alma a minha vida de volta (que jogue a primeira pedra quem nunca pensou). Tais pensamentos são logo dissipados quando você enxerga o seu filho novamente. Se isso não acontecer, procure ajuda.

Dez meses após o nascimento do Antônio Bento, posso afirmar que a nossa vida sofreu uma mudança drástica. Isso inclui a diminuição da quantidade de saídas e a escolha dos locais visitados. No décimo mês, a agenda social foi intensa sim, mas cheia de programas infantis e familiares (nem por isso menos divertida).

Somos um casal muito ocupado. Dois jornalistas com responsabilidades e horários imprevisíveis. Trabalhamos horas e horas durante a semana, tendo pouco tempo para aproveitarmos a agitação característica desta idade. Quando chego do trabalho, só consigo cumprir a rotina dele: dar jantar, sobremesa, escovar os dentes, dar água, banho, leite e colocar no berço. Quase não sobra tempo para mais nada...

No post anterior, falei sobre como o Antônio Bento está agitado e cheio de energia. No décimo mês, aproveitamos bastante essa agitação fora de casa. Com um bebê mais esperto, durante os finais de semana, fizemos muitos programas ao ar livre e assistimos à algumas peças teatrais para a idade dele. Parece difícil, né? No mínimo monótono. Mas ser pai compensa tanta mudança (por mais que essa frase possa parecer clichê).

Tenho como meta não me arrepender por não ter dado atenção suficiente para o meu filho durante sua infância (que de fato passa rápido). Ser pai na sociedade capitalista é carregar lá no fundo uma culpa por não ter muito tempo para gastar com o seu próprio filho. Ninguém está livre disso. Por várias vezes, minha mulher e eu pensamos em contratar uma babá para que pudéssemos fazer o que quiséssemos durante os finais de semana.

Confesso que esse pensamento é recorrente. Mas e ele? Não sou pai de pegar meu filho cheiroso no colo, dar um beijinho e devolvê-lo para a babá. Depois que tivemos o Antônio Bento, ele passou a preencher boa parte do nosso tempo. Inclusive os finais de semana.

Quando temos tempo livre sábado e domingo, gastamos o máximo possível juntos. Para matermos nossa individualidade como casal  (porque precisamos), contamos eventualmente com a ajuda de alguns bons amigos e familiares por algumas horas. Deus conserve esses amigos e familiares.

-Ju, que horas são?
-Duas da manhã.
-Por que ele tá chorando, Juliana?
-Não sei Paulo. Pergunta pra ele.

Fronha babada, dedo na boca, olhos fechados, agonia... Pronto, os dentes de novo! No décimo mês, o Antônio Bento sofreu com o doloroso crescimento dos seus primeiros dentes superiores. Foram inúmeras suas manifestações de dor durante a madrugada.

Foi também no décimo mês que o Antônio começou a tentar ficar em pé sem apoios, comeu seu primeiro danoninho e curtiu uma piscininha na praia. Foi neste mês que começamos a executar os preparativos para a festa de um ano. Pude sentir de fato que a a minha presença na vida do meu filho faz toda a diferença para ele.

Como eu percebi isso? Vendo na cara dele a felicidade de estamos juntos. Continuo com a minha meta. Essa fase passa rápido. Que seja intenso enquanto dure.

Álbum deste mês:

Teatro, a gente vê por aqui.

Almoçando em Friburgo!


Meus dentes superiores nascendo


Bagunça na piscina - Leblon


Com meu amigo Miguel, em Ipanema.


Na peça "Cirquinho de Luiza"


No Leblon com meus tios paulistas


Na orla!


Mamando sozinho feito um rapaz.

domingo, 17 de junho de 2012

Nove Meses: O Prenúncio da Desordem


-Antônio Bento, tira a mão daí!
-Antônio, você vai cair!
-Antônio Bento, não pode dar um tapa na cara da sua mãe! Isso é feio.
-Antônio Bento, para de gritar, meu filho!

No nono mês, quase todas as nossas energias foram gastas educando esse rapaz destemido e cheio de vontades. Todos os dias, às 6h30, ele acorda com gás total, tocando o terror dentro do berço, derrubando tudo que estiver ao alcance e gritando para chamar a atenção. No chão, engatinha pela casa toda, põe tudo na boca, fica em pé, coloca o dedo onde não deve, prende a mão, prende o pé, bate a cabeça, cai de costas, cai de frente... Não tem medo de nada!

Com nove meses e meio, o Antônio Bento falou a primeira sílaba: "dá!" Ainda sem saber o significado dela, tudo virou motivo para o "dá!". É "dá!" o dia inteiro. No corredor, no elevador, em casa, no supermercado, de forma carinhosa, de forma grosseira, de forma raivosa, ele sempre adapta o "dá!" às mais diversas situações.

Com uma personalidade forte, o pingo de gente já dá ordens e briga feio quando é contrariado. Trocar fralda virou um tormento. Como não tô aqui pra ouvir desaforo de neném, comecei minha saga para uma boa educação. Cedo? Não sei. Só sei que foi com nove meses que o Antônio Bento começou a entrar na linha de verdade.

A cada "faniquito" ele recebeu uma bronca bem dada para mostrar desde já quem é que manda em casa. Sentimental, ele sempre fica brigado por um bom tempo, mas depois tenta nos seduzir com um sorriso ou um carinho no rosto, o que sempre dá certo.

É claro que o desenvolvimento dele também trouxe momentos inesquecíveis. Quem não se emociona ao ver um filho dando seus primeiros passos, mesmo que com a ajuda do andador? No nono mês, colecionamos risadas e emoções. Teve a primeira palminha, o primeiro tchau e a primeira sobremesa.
Fã de um barulho, qualquer superfície ou potinho usado vira um instrumento na mão dele. Nosso filho está crescendo. Agora eu entendo quando dizem "aproveitem bem, porque passa rápido". Passa mesmo.

Álbum dos nove meses:




Provando açaí pela primeira vez!





Dando suas primeiras ordens.